Tuesday, 4 August 2020

Imigrantes da "esquecida" colônia do Barão do Triunfo - Os Alemães e Austríacos



A colônia do Barão do Triunfo foi criada como uma colona mista. Tinha realmente de tudo, de Alemães, Espanhóis, Franceses, Suecos, Italianos, Austriacos, Polacos e Russos.

Porém o povo das terras Germânicas faziam a grande maioria. E dessa maioria, a maioria eram Pomeranos.

Fiz a transcrição dos Alemães / Austríacos usando o primeiro livro de nascimento e casamento da Colonia, livro do registro de imigrantes de 1894 / 1900, e o livro de registros luteranos. Como de praxe a grafia em cada registro não era uniforme, fiz correções onde foi possível e escrevi literalmente onde não tinha como.

Com relação aos prenomes, quando os colonos eram listados como Alemães foi usado os pronomes "germanizados" (Germano -> Herrmann , Guilherme -> Wilhelm, Frederico -> Friedrich). Já os registrados como nascidos no Brasil com a grafia do registro.

Outro ponto a notar é a presença de vários sobrenomes de origem polaca. Os registros porém constavam a familia como "da Alemanha" e esse foi o critério usado para a classificação.

No total, foram coletados 280 sobrenomes distintos, de 265 familias encontradas, seja o sobrenome do marido ou da esposa quando notado:

Adam, Albrecht, Altmann, Antte, Arndt, Arnold, August, Bahr, Bahütt, Basler, Baulange, Bayer, Bechin, Becker, Benke, Berge, Berghahn, Berghaus, Berke, Bernstein, Bischoff, Bitner, Bochardt, Bohr, Braun, Brozinski, Buarletz, Buchweitz, Burg, Chisnatt, Christmann, Collor, Commarotte, Datschke, Delgel, Dernz, Desenz, Dettmar, Dornsberg, Dorsbach, Drehlack, Dufke, Dunske, Dupke, Dust, Eckert, Ellwanger, Erwin, Feix, Feltham, Fiedler, Fischer, Flug, Fohaut, Fohje, Fortmann, Franz, Friedrich, Fuchs, Föhr, Fülber, Gall, Galler, Gampe, Garbe, Gartner, Gass, Geschwenter, Glaubitz, Glazer, Gloschke, Gorcitzka, Gorspa, Grahl, Gribel, Groth, Grudzminski, Grzebinksi, Gunia, Gusche, Guse, Gusoki, Gutz, Gölling, Göthel, Götsch, Hackbarth, Hacke, Hage, Hagel, Hahn, Halama, Hamle, Hassion, Hauck, Heidrich, Heimburg, Heinze, Helwig, Hemke, Hepp, Hermundt, Herrmann, Hiller, Hilner, Hoglin, Holl, Holz, Hund, Hübner, Irber, Jacob, Jahnke, Janowski, Jass, Jens, Jinlau, Jorgth, Kaiser, Kaminski, Kelbitz, Klinger, Klingmann, Kluge, Kohlmann, Koller, Konradt, Kornlor, Krams, Krause, Krebs, Kreuz, Krohardt, Krolahr, Kroming, Krool, Krug, Kruger, Kruggel, Krulow, Kruppatz, Kuch, Kunkel, Kurzmann, Kuvinaski, Kölbertz, Köln, König, Kühn, Ladweisk, Ladwig, Lang, Laurenz, Leitz, Leppa, Letoch, Liebnau, Ludwig, Löwal, Lück, Lützow, Maas, Mandel, Maneske, Mannholf, Mauer, Meltzer, Meyer, Milke, Mirsch, Miske, Munzke, Möllerke, Mühlmeine, Müller, Nep, Neumann, Nitz, Oldenburg, Ott, Pehl, Peltz, Pirtowald, Pofer, Pooch, Prenz, Pribel, Propp, Radde, Radfelder, Raguse, Rascheiast, Reckhausen, Reinert, Reiske, Renhack, Rennhack, Reschausen, Richter, Ritter, Rohmann, Rold, Roloff, Ruck, Rusch, Ryff, Rödwig, Röhder, Sauer, Schaeffer, Scheil, Schiffner, Schilke, Schmaldt, Schmalz, Schmidt, Schmitt, Schmitz, Schmorzek, Schröder, Schultz, Schulz, Schuthaske, Schwalm, Schwieger, Schäffer, Schöne, Schütt, Sieber, Siehl, Simch, Sohier, Sohn, Sohäck, Solka, Sonnemann, Splitt, Stein, Steinberg, Steller, Stobbe, Strassburg, Stuckert, Stuzbächer, Szeli, Szikalski, Sänger, Tadaz, Tehsmann, Tesch, Thurmann, Traholke, Trapp, Treperti, Ulrich, Vandame, Verne, Vibuski, Vidulski, Visolski, Vogt, von Barsewisch, Wagner, Weinheimer, Wiltfeier, Witschinski, Wittemberg, Wituloki, Witzreak, Wollert, Wruck, Wudke, Wuikel, Wölke, Zaske, Zein, Zenke, Zichinsky, Ziert, Zähner

Aqui está o link para o Banco de Dados que coletei:

Banco de Dados de imigrantes da Colônia do Barão  

Imigrantes da "esquecida" colônia do Barão do Triunfo - Os Suecos

A imigração sueca é pouco conhecida no RS, muitos poucos colonos vieram da Escandinávia para os pampas. Eu pessoalmente não tenho origens sueca mas como morei em Stockholm por um tempo e falar Sueco, tenho a Suécia no coração

Me surpreendi ao coletar os dados da Colônia com o numero de imigrantes Suecos. Em total, no Barão do Triunfo haviam 42 famílias declaradas como Suecas, com 25 sobrenomes distintos:

Andersson, Asp, Beckmann, Bergmann, Bergqvist, Bjäslund, Brungelsson, Carlsson, Danielsson, Ekmann, Eriksson, Frang, Gunhild, Holm, Jansson, Johansson, Lindgren, Lindqvist, Nardin, Olsson, Ostlin, Petterson, Rydberg, Sjöström, Svensson, Trocksmann

Como em geral, os dados realmente escritos nos documentos estão em geral corrompidos do nome original, fiz o melhor que pude arrumando para a grafia original på Svenska. 

Aqui está o link para o Banco de Dados que coletei:

Banco de Dados de imigrantes da Colônia do Barão 

Wednesday, 29 July 2020

Imigrantes da "esquecida" colônia do Barão do Triunfo - Os Italianos

Olá pessoal, há muitos anos que pesquiso sobre o Barão justamente pois minha mãe nascera ali e tenho uma longa linhagem naquelas bandas.

De algum tempo comecei a pesquisar principalmente minha linhagem italiana, postei aqui justamente sobre a "Società Fratellanza Italia", fundada em 1892 pelos imigrantes italianos recém chegados.

De lá pra cá passei muito tempo analisando registros de nascimento, casamento, óbito e da inspetoria de terras, para achar paradeiros das minhas familias, os Bortolamiol (Mioli), Bonato, Fantin e Codemo.


Quem tem origens no Barão com certeza já passou pela situação de ter de explicar onde fica. Sempre que falo "tenho vários bisnonni italianos", alguém me pergunta "Eu também, de onde na serra eles são?".  Aí digo que não são da serra, são do Barão e aquela cara de interrogação fica na cara da criatura...

Não tiro muito a razão, a colonia do Barão infelizmente nunca é mencionada na maioria da literatura. Poucos estudos foram feitos por ali, muita gente acha "a mas foram meia dúzia de gatos pingados que se instalaram ali". Originalmente conhecida como "Colonia de São Feliciano", foi fundada em 1888 mas recebeu os primeiros colonos só em 1889.

Comecei aos poucos a coletar os nomes para montar um banco de dados para provar o contrario. Nesta primeira fase, coletei todas as familias italianas que encontrei na colonia, analisando os livros de nascimento, casamento e óbito, alem dos valiosos registros da inspetorias de terra feitos provavelmente em 1894/1895 e 1900. Todos esses registros estão online gratuitamente para ser acessados no FamilySearch.

Vale lembrar que a colônia era mista. Apesar de eu ter nesta primeira etapa ter transcrito só os italianos, tem centenas de familias Alemãs e Espanholas ali, alem de dezenas de Polacos e Suecos e muitas familias de origem portuguesa já há muito tempo na região com raízes em São Jerônimo, Santo Amaro do Sul e Triunfo.

No arquivo aqui elencado, escrevi os nomes usando a norma italiana "Sobrenome  + Nomes", com o sobrenome aparecendo primeiro. Alem disso, corrigi a maioria dos erros de grafia dos sobrenomes para tracear ao mais perto do original, cruzando com dados de sobrenomes existentes na Italia.

Na maioria dos registros eu coloquei o link para o evento que aponta para o registro original do FamilySearch (se não tens uma conta ali para acessar, cria que é gratuíta).

Vários registros principalmente nos meados de 1896 constam as províncias de origens dos imigrantes, esses dados foram coletados também. Infelizmente a grande maioria constava somente "natural da Italia".

São mais de 120 familias italianas que se instalaram no Barão. Esta é a lista dos sobrenomes que coletei até hoje:

Altafini, Andreotti, Andretto, Balboni, Baldo, Barbieri, Barelli, Battistella, Benso, Bertollo, Boldrini, Bombardelli, Bonato, Bonette, Borgatti, Borselli, Bortolamiol, Bulgari, Buscaroli, Carletti, Centi, Chiarotti, Chisner, Codemo, Collovini, Conter, Dalben, Danelon, Donini, Fadine, Fallavena, Fassseni, Ferioli, Forli, Forlini, Franceschi, Frodezzi, Garavello, Ghisio, Giamegini, Giannecchini, Gilli, Giordano, Govoni, Guerra, Idazini, Lambertini, Lanzarini, Lattuada, Lombardi, Manghi, Mantico, Marauci, Marcon, Mason, Mazzoni, Menegotti, Michelotti, Migliorini, Minto, Moscardini, Munari,, Mutto, Opprezzo, Pagine, Papi, Pellegrino, Pirani, Pizzio, Ponti, Pozaro, Pretto, Raffaelli, Regonaschi, Rainere, Rottoli, Ruggere, Salatti, Scagliarini, Seccaspini, Semenzato, Sperotto, Spiazzi, Spolaore, Spotti, Straccioni, Tagliasacchi, Tassinari, Vaccari, Vanini, Ventura, Verdi, Zamparini

Aqui está o link para o Banco de Dados que coletei:

Banco de Dados de imigrantes da Colônia do Barão


Minhas outras raízes italianas - os Codemo

Buenas povo, faz anos que não posto nada mas esperei terminar minhas pesquisas pra postar sobre o resto das minhas raízes italianas. O Pietro já sabemos que era de Valdobbiadene e ponto final, mas tenho outros trisavôs italianos que tracei as origens sempre com muita ajuda: os Fantin, Codemo e Bonato

Os Codemo, a casa das 7 mulheres


Acho que os Codemo foi a primeira familia que consegui tracear a origem italiana. Quando descobri que o Marco Bonato era casado com a Giacomina Codemo, sendo ela filha de Antonio e Francesca, fuçei esse sobrenome nos livros e justamente achei na colonia de Garibaldi o registro ali do Antonio na Linha Garibaldi Velha em 1884. Pela idade e nacionalidade das filhas, eles devem ter chegado por ali por volta de 1877, pois a Ernesta nasceu em 25/12/1880 em Garibaldi e já tinha uma outra irmã Elvira nascida no Brasil:



  Dalí ao ver nas Pagine Bianche italiana, ja foi evidente que os Codemo existem praticamente em uma unica cidade:  Alano di Piave, provincia de Belluno no Veneto.

O Antonio Codemo nasceu por volta de 1828 em Alano, filho de Bortolo Codemo. Ele esposou a Francesca Cecotto por volta de 1860, tambem ali de Alano e teve varias filhas (e 1 filho que deve ter falecido ) ainda na Italia. Até agora não achei em que navio ele veio para o Brasil.



  Detalhe é o fato do Antonio ter 7 filhas: além da Giacomina, justamente dentre essas 7 filhas, varias acabam se relacionando com a minha familia, direta ou indiretamente:

  • a Giacomina Codemo, minha trisavó, casou se com o Marco Bonato
  • a Maria Codemo esposou-se com Giovanni Menegotti, que era compadre dos Bonato
  • a Liberata (Paola) Codemo casou se com o Pietro Fantin, irmão da Elisa Fantin
O resto das filhas devem ter tambem se casado pela serra e nao sei muito o paradeiro. Alias o unico casamento que achei foi justamente o da Liberata Paola com o Pietro Fantin em Sao Jeronimo em 1890.  Creio que a Giacomina e a Maria se casaram pela regiao de Garibaldi mesmo e por meados de 1889 desceram a serra para o Barao.

Na Hospedaria de Charqueadas nos registros de 1889, justamente aparece os Bonato, Codemo, Menegotti como "recem chegados" rumo a Colônia do Barão do Triunfo. (treta pura, ja estavam no RS ha 5 anos no minimo).

Ali no Barão o Antonio foi um dos sócios fundadores da Società Frattellanza Italia em 1892. Já nos dados dos Lotes da Colonia feitos provavelemente entre 1894 e 1895, a Francesca Ceccoto consta ali no seu lote como Viuva, morando com a unica filha ainda jovem, a Ernestina:



Em 2017 fui para Alano visitar o paese com a minha mãe. Nao por coincidencia o prefeito era um Codemo, nome de ruas com Codemo, tudo ali parece ter Codemo no meio... mas um lugar muito bonito, no alto dos morros, bem pertinho de Valdobbiadene tambem.

Tuesday, 14 July 2020

Minhas outras raízes italianas - os Bonato

Buenas povo, faz anos que não posto nada mas esperei terminar minhas pesquisas pra postar sobre o resto das minhas raízes italianas. O Pietro já sabemos que era de Valdobbiadene e ponto final, mas tenho outros trisavôs italianos que tracei as origens sempre com muita ajuda: os Fantin, Codemo e Bonato

Os Bonato, compadre dos Mioli 


A história dos Bonato foi o ultimo quebra cabeça a desvendar suas origens para mim. Foi trabalho de anos procurando de onde veio esse povo. Sabia de criança pela minha mãe que foi criada de pequena junto com a Nonna Bonato, a Maria Bonato esposa do João Mioli. Então fuçando ali no Barão descobri que era filha de Marco Bonato e de Giacomina Codemo. Já o Marco Bonato era filho de Gio Maria e Maria.

 Lá nas minhas pesquisas lendo todas as listas de navios do RJ muitos anos atrás, identifiquei a chegada dos Bonato em 1884. Eles vieram no Vapor Cenisio que saiu de Genova e chegou no Rio em 29/12/1884:



Na Hospedaria de imigrantes da Ilha das Flores no Rio, eles saíram dia 5 de Janeiro de 1885 rumo ao sul:

Nota-se os outros "Bonato" que vieram junto no mesmo navio. Junto com o Gio Maria (Giovanni Maria) veio outra 2 familias de Bonato: a de Luigi Bonato cc. Margherita Pilatti, e a de Giacomo Bonato cc. Angela Pernechele.  Isso é um parêntese para depois....

De 1884 a 1889 não tenho ideia nem rastro desse Gio Maria Bonato e meu trisavô Marco e seu irmão Antonio. Simplesmente nunca achei nenhum registro católico ou civil mencionando eles em nenhum lugar, nem depois de 1889.  O Marco Bonato só aparece no jogo em 1889 na lista de imigrantes da Hospedaria de Charqueadas como um "imigrante recém chegado de Mantova???" rumo a recém criada do Barão do Triunfo. Dos pais e do irmão Antônio, até hoje não sei o paradeiro...

O fato é que o Marco chegou chegou no Barão já casado com a Giacomina Codemo. A familia Codemo, como veremos no proximo blog, já estava estabelecida na serra pelo menos em 1884. Alem disso, outro camarada que chegou no mesmo navio do Marco, o Giovanni Battista Meneghetti cc. Paola Codemo, irmã da Giacomina,  entrara na colônia junto com o Marco.... Alem disso, nesse mesmo ano outra irmã a Maria Luigia Codemo se casava com o Pietro Fantin, irmão da Elisa Fantin... ou seja, tudo amarrado...  O mais provável é que esses Bonato estavam sim pela serra por alguns anos, o Marco deve ter se casado com a Giacomina lá mesmo e depois debandaram via de lá.

Buenas, o Marco se estabeleceu ali pela linha Dona Amalia sendo vizinho do tal Pietro. Teve varios filhos por alí:  minha bisa Maria (1890), Joao (1892), Marco (1894), Fioravante (1897), Ricino (1899) Antonia (?) e  Elvira (1907). Possivelmente teve outros mas falta livros no Barão para provar.

Em 1915 o Marco fica viúvo, a minha trisa Giacomina falece aos 48 anos de idade... mas não perde tempo, o galo véio se casa de novo 1 ano depois com Maria Boeira em 1916... mas 4 anos depois ele falecia também em 1920 com supostamente 61 anos:


Mas de onde vieram os Bonato?  Minha mãe sempre me disse que a Nonna dizia que eles eram de Vicenza e tal... como de praxe, nunca diziam a Comune mas só a província... daí a treta:  Bonato existe por tudo, se chutar uma arvore em Vicenza é capaz de cair 10 Bonatos... Além disso, o sobrenome da mãe do Marco nunca foi citado em nenhum documento.. isso não ajudava em filtrar nada, só sabia Bonato e um provável ano de nascimento do Marco por 1860/1861.

Esse ano ainda pesquisei justamente os outros Bonato que vieram junto no mesmo navio. Com os arquivos de Bassano del Grappa recentemente online e parcialmente digitalizados, foi possivel verificar alguns dados. Pois ali descobri que tanto o Luigi Bonato como o Giacomo Bonato eram de Conco, no altopiano Vicentino. Isso já levantou a probabilidade do Gio Maria e filho Marco ser da mesma cidade.

Pois com a ajuda do grupo de genealogia do FB, com imensa gratidão ao Cleides, ele achou nos seus arquivos justamente um registro militar de Marco Bonato, filho de Gio Maria Bonato e Maria Frello, nascido justamente come esperado em Conco em 08/05/1860


Então enigma resolvido, os Bonato meu são de Conco, um vilarejo no alto das montanhas de Vicenza, um dia vou lá e posto umas fotos, parece muito bacana.. Além disso nesse registro consta dados do Marco: era alto 1,75m , era loiro de olhos acinzentados... não a toa o galo véio devia ser boa pinta pra ter casado novamente aos 56 anos :-)







Friday, 10 July 2020

Minhas outras raízes italianas - os Fantin

Buenas povo, faz anos que não posto nada mas esperei terminar minhas pesquisas pra postar sobre o resto das minhas raízes italianas. O Pietro já sabemos que era de Valdobbiadene e ponto final, mas tenho outros trisavôs italianos que tracei as origens sempre com muita ajuda: os Fantin, Codemo e Bonato

A Esposa do Pietro, Elisabetta Fantin


A Elisabetta Fantin, detta "Elisa", nasceu em Carmignano di Brenta , em província de Padova, em 14/03/1868. Ela era filha de Eliseo Fantin, que vendia "canha" lá pela região ( claro nao cachaça, na verdade Licores e Grappa) e de Anna Cola.  A Elisa também tinha um irmão mais velho, o Pietro Fantin, que veio para o Brasil nos meados de 1880. Este Pietro veio trabalhar nas minas de carvão de São Jerônimo e logo logo virou comerciante. Teve vários filhos alí pela região.

A Elisa ficou órfão cedo, pois o pai dela faleceu em 1871. Tenho suspeitas que a mãe Anna casou-se novamente com Sante Marcon, pois em 1888 a Elisa, a mãe Anna e o tal Sante emigraram juntos no mesmo navio Cheribon.  Com o irmão Pietro já alí por São Jerônimo, foram direto para encontrá-lo como se ve no registro da hospedaria de imigrantes de 1888:


Um ano depois de sua chegada, a Elisa já se arranjou em casamento. Em 29/12/1889 ela casou-se com Giuseppe Ciola, um trentino de Levico Terme.  O Giuseppe era mineiro, devia ser um compadre do irmao da Elisa dos tempos das minas, esse o registro de casamento muito detalhado constando origens de todo mundo:




Epa pera í, mas ela não era a esposa do Pietro?  Acontece que por vias sinistras, esse tal Giuseppe foi morto a tiros em 1891. Lí isso na Habilitação de Casamento do Pietro com a Elisa, dose né? Porém neste mesmo ano em 10/2/1891 a Elisa teve um filho com ele, o José Ciola. Ou seja ela ficou viúva com um bebê na mão...

Dalí como ela conheceu o Pietro, não se sabe, só se sabe que meu bisavô João Mioli nascera em 1894... então acho que logo depois de ficar viúva ela deve ter conhecido o Pietro e se encantou com o papo dele...

Tiveram 7 filhos juntos e o figliastro José Ciola foi criado junto como filho igual, o irmão mais velho.. para isso tem que tirar o chapéu... só se casaram no civil em 1905, nunca entendi o porquê...

Já nos papos de "causos de familia", escutei a estória de uma tia-avó minha me contou que quando eles tinha 5 filhos pequenos (então ali por 1910 mais ou menos ), o Pietro ganhou uma grana e sumiu... dizem que ele queria voltar para a Italia e abandonou a familia ali na cara dura... A Elisa tinha então prometido se matar e os filhos juntos se ele não voltasse até o fim do mes.. e diz o causo que ele voltou com o rabo no meio das pernas tipo 2 dias antes da promessa, por coincidência pois não conseguiu embarcar pois não tinha passaporte...  Não sei o quanto é verdadeiro, mas vale a pena relatar o causo ( que treta!!!)

A Elisa faleceu em 17/11/1944, com 76 anos de idade, ainda junto com o seu marido Pietro, que conviveram por 50 anos enfrentando varias barras mas perseverando:




Eis a foto da familia Mioli (não é Mioli pô, é Bortolamiol...), com a Elisa sentada no canto direito da foto (provavelmente de meados de 1925)

Em 2017 fomos passear em Carmignado di Brenta para conhecer o lugarejo, visitamos a igreja e a pia batismal onde a Elisabetta foi batizada a quase 150 anos atras:





Tuesday, 24 September 2013

... e a ultima cruzada: Il Capitolo Finale

Olá Tutti!

  Como havia mencionado no post anterior, finalmente achei a prova que o tal Pietro nascera ali em Valdobbiadene. Porém não achei no arquivo online dos mormons não constava o livro de nascimentos de 1872. Então tudo me levou a busca final, mes passado: Valdobbiadene.
  Cheguei preparado no Municipio de Valdobbiadene para enfrentar a "Terror": a tal senhora do ufficio anagrafe lá que me soltou os cachorros nas duas vezes que tinha ido lá, com direito a frases do tipo "To cansado dessa gente que vem aqui pra perder meu tempo, garanto que teu nonno nem era daqui...". Se deu mal: ele era!! :)
  Entrei no ufficio com o rabo no meio das pernas e...che culo: uma outra senhora estava ali. A simpatica senhora Ivana, que estava temporariamente no lugar da Terror que estava de férias, escutou metade da minha historia ( haja saco ) e revirou tudo o que era possivel nos livros presentes da comune alí. Por um momento minha esperança cresceu. Tendo acesso a tudo, poderia olhar os dados militares da lista de leva, os dados familiares do stato civile, os dados dos livros de nascimento e tal...
  Comentei que havia achado online os antigos registros de nascimento da comune mas porem faltava o livro de 1872. Fui direto ao ponto: "por acaso voces tem o livro de 1872 aqui?" - a resposta foi.. SIM!!!
  A senhora Ivana folhou o livro e... nada do Pietro, nem uma nota, nem um rascunho... como sempre :( Porem ela relatou a nota do livro que dizia "este livro foi criado em 1922 baseado em relatos da população em substituição do livro original destruído na I Guerra.".  Na pratica, significa que ninguem relatou que um Tal Pietro nascera ali em 1872 na época.
  Resumindo as buscas do anagrafe:

  • Atto di nascita:  inexistente, o livro original foi destruido na guerra e na reconstrução feita em 1922 ninguem relatou o Pietro.
  • Lista di Leva: começou a ser levantada na comune apenas a partir de 1874. Fora do range
  • Stato Famiglia: inexistente para a antiga comune de San Pietro. Provavelmente, destruidos na guerra tambem.
Ao sair do Municipio encerrei categoricamente a minha cidadania italiana. Paciência zezinho, tudo deu certo para acabar errado hehe. Porem algo me indignou:  PORCA MISERIA, COMO É QUE NINGUEM RELATOU O CAMARADA EM 1922???

  Como não sou indio de se abater com uma flechada só, peguei a macchina e fui a busca de respostas. Fui na casa do professor Giancarlo Follador, um historiador local que escreveu varios livros sobre a história da região. Muito gentil, ele me mostrou varios registros onde falava sobre os Bortolamiol. O mais interessante foi a comparação da lista das familias em 1860 e depois no inicio de 1900. Os Bortolamiol  praticamente sumiram de San Pietro, escafederam-se... 
   Mas como?? Por quê?? O professor me disse que no fim do seculo 19 aconteceu uma emigração em massa. Alguns foram pro Brasil, Argentina, pros EUA, outros pra França, Belgica ou Alemanha. Isso explicaria porque ninguem relatou o Pietro: não tinha nenhum Bortolamiol mais em 1922 pra contar a historia do primo que foi pro Brasil...
   Mesmo assim, lembrei que o irmão mais velho do Pietro, o Luigi, se casou por ali em 1900. Tambem a irmã mais nova, a Genoveffa. Então se eles não emigraram na onda, onde foram parar?  Bom, a tal irmã casou-se com um Mattiola e aparentemente se mudou logo após. É possivel que imigrou, com certeza não morava mais ali em meados de 1905. Mas o Luigi constava nessa lista de 1905. E então??  Aí entra mais parte do azar meu e trágico da familia também: ví a lista dos mortos durante os combates da I Guerra. Ali estava listado não só o Luigi mas tambem seus filhos. Uma familha morta na guerra...

Então companheiros de cidadania/genealogia, assim encerro minha ultima cruzada. Finalmente tenho uma imagem do que aconteceu na época e como aconteceu. Minha historia da cidadania acaba depois de 6 anos de pesquisa, sem final feliz mas com pelo menos com um final. 

Obrigado por ler este blog, deixo aqui alguma das fotos que tirei da minha ultima viagem a terra do Prosecco.

Cordiali Saluti,
Andrio

 Antigo Mapa da Comune de San Pietro de Barbozza (Marche ali no canto direito)


  Borgo Marche, na Comune de San Pietro de Barbozza (provavel casa do Pietro)

  Vinhedos de San Pietro


   Vinhedos de San Pietro

   Um Capítulo somente sobre os Bortolamiol

   Vinhedos de Valdobbiadene

    A uva Glera que da origem ao espumante Prosecco

    Vinhedos de Valdobbiadene

     Vinhedos de Valdobbiadene e os rastros da guerra

Livro na estante do B&B Vigneto Vecio: Ironia do destino???

Saturday, 6 April 2013

Ecco Pietro Bortolamiol, nato a San Pietro di Barbozza(TV)




Boas novas companheiros!!! Essa páscoa foi realmente especial: finalmente depois de 6 anos descobri com certeza, o paradeiro do meu tetranonno Pietro, seu sobrenome e onde nascera. Primeiramente quero publicamente agradecer a um grande pesquisador e amigo que me ajudou nesta tarefa, sem a ajuda do Cesar ainda estaria no limbo. Mas então, encontrei a certidão de nascimento dele? Como descobri onde ele nasceu?

Bem, no ultimo Agosto/2012 o FamilySearch, site de genealogia mantido pela igreja dos mórmons, publicou online um importante arquivo: "Tribunale di Treviso - Stato Civile della Provincia di Treviso (1871-1941)". Este catálogo online contem uma copia dos livros dos anagrafi ( como os nossos cartorios ) escaneados de praticamente toda a provincia de Treviso no período que a maioria dos nossos nonnos nasceram ou casaram. No momento ele ainda está incompleto, como relata o site do Archivio di Stato di Treviso:
Il sito propone le immagini digitallizzate dei registri degli atti di nascita, di matrimonio, morte compilati dagli ufficiali delo Stato civile dei Comuni della Provincia di Treviso (tali registri erano compilati in due esemplari: uno di essi era conservato presso l'Archivio del Comune, l'altro era depositato presso il Tribunale della città capoluogo di Provincia). Il progetto di digitalizzazione è in corso. Oltre alla possibilità di visionare le immagini, sarà, in un secondo momento, disponibile una maschera di ricerca.
Quem estiver procurando pelos nonnos e só sabe que vieram de treviso, não perca tempo, este é o link da salvação:  Catalogo online Tribunale di Treviso - Stato Civile

Fuçando alí achei alguns registros da comune de San Pietro di Barbozza. Como mencionei num post anterior, San Pietro era uma comune até 1929 quando foi então anexada a comune de Valdobbiadene. Ali procurei por bortolomiol e zilli, pois sabia que os nomes dos pais do meu tataravo eram giovanni e maria zilli, de acordo com os documentos no brasil. E Bingo! A primeira coisa que encontrei foi a certidão de óbito da minha pentanonna, chamada Marina Zilli em 1887. Alí tambem constava o nome dos pais e do marido, meu pentavô Giovanni Bortolamiol:

Depois de achar esse registro da Marina, achei outros tres irmao do Pietro:

  • Luigi (1866): encontrei a certidão de óbito em 1876. Faleceu com apenas 10 anos
  • Giuseppe (1869): encontrei duas certidões de casamento. primeiro em 1894 declarando o pai Giovanni ainda vivo; uma segunda em 1901 enviada de Kupferdreh, Alemanha onde o Giuseppe provavelemte se mudou para lá no fim do século.
  • Genoveffa( 1876): encontrei a certidão de nascimento e casamento dela. Parece ter sido a única da familia que ficou por ali.
Alem disso, encontrei um tio do Pietro, chamado Luigi... esse parece que também vivera ali.


Buena, esta é a prova que estive tanto tempo procurando. Primeiro, sim o Pietro com certeza nasceu ali em San Pietro de Barbozza, pois a familia dos pais nasceu e morreu por ali. Segundo, o sobrenome real é BORTOLAMIOL. Era uma suspeita minha que se confirmou, pois o pietro quase sempre era declarado como Pietro Bortolo Mioli no Brasil.

Mais ainda, fuçando nos registros vi que todo esses Bortolamiol eram "muratore", ou seja, pedreiros. Isso explica o fato do Pietro não ser agricultor la na colonia mas sim ser... pedreiro, quack!

Mas e o Pietro??? Ah pois é, o homem ainda é dificil... O meu amigo Cesar encontrou um registro de casamento do filho do Pietro, Bellino, constando a data de nascimento dos pais. Ali declarado como Pietro Bortolo Mioli, nascido em 28/06/1872. Sim, 1872... teoricamente os registros não estariam mais sob tutela das paróquias mas sim das comunes....era o que eu queria, feito! ( PS, conforme minha tia-avo tinha dito, realmente parece que o pietro nasceu no dia de san pietro, mais um boato confirmado)

Porém olhando os livros online, no momento no ano de 1872 o livro está incompleto, começando os registros em Agosto de 1872. Não sei se o livro foi extraviado ou apenas não escaneado ainda pelo Family Search. Que coisa hein!  Agora vou tentar contatar alguem por Valdobbiadene para poder verificar a presença do pietro nos livros de lá, fazer o que der...

Um grande nó desatado, tenho um sentimento que a procura está perto do fim...

Pra fechar esse post, achei essa foto no livro sobre o barão, provavelmente datada de 1932 e reconheci todas as cabeças ali, a famosa familia.. Alias, se tu és Mioli ou Miolli, com origem do barão do triunfo, RS, renomeie para BORTOLAMIOL:

Da esquerda para a direita: João, Dorin, Pietro, Bellino, José Ciolla, João Bonato e Marco Bonato


 Saluti a tutti

Monday, 6 September 2010

Uma comune chamado Valdobbiadene


Como mencionei em meu post anterior, apòs ir ao Archivio di Stato de Treviso, o fim de minha busca parecia inerente. Peguei o primeiro trem da Treviso Centrale e fui direto para lì...

Valdobbiadene è uma comune (municipio) do norte da provincia de Treviso, regiao conhecida como "alta marca" entre os locais. Cheguei ao anoitecer na cidade. Nao tinha nenhum endereço, lugar para dormir nada. Fui proseando com um certo Signor Giovanni no busao da estaçao de Alano atè o centro de Valdobbiadene. Contei a ele o meu causo e ele me ajudou a procurar algum lugar pra passar a noite. Fomos ao Ufficio Turismo da cidade ( sim, estranho tinha pensado porque uma coisa de turismo ali no meio do nada) e ali peguei uma lista dos Bed & Breakfast da regiao. Depois acabei descobrindo que a cidade è famosa como sendo o berço do vinho Prosecco, um dos espumantes mais famosos...

O que vejo de nomes entao nessa lista? Um monte de gente com sobrenome Bortolomiol e tambèm Zilli, suposto sobrenome da mae do Tal Pietro... Passei a noite ali na Locanda Colomba, propriedade do simpatico signor Giacinto. Tava mais faceiro que pià de video game novo. Estava com a faca e o queijo na mao..

Na manha seguinte, o tempo nublou. Dirigi-me ao Municipio da comune para o ufficio anagrafe para verificar se o Tal pietro nascera ali. Este foi apenas o começo da "mini-saga" valdobbiadene...

Meu amigo, se seu antepassado nasceu nesta regiao da alta marca( Valdobbiadene, Cornuda, Vidor, Vittorio Veneto, conegliano, etc), voce certamente haverà um problema: na entao primeira guerra mundial, aqui conhecida como "la grande guerra", essa regiao foi o fronte de batalha final entre os austriacos e os italianos. Na pratica, quase todas igrejas da regiao foram destruidas, assim como os municipios. Com eles, a grande maioria dos registros civis viraram picoman queimado... Em valdobbiadene, eles reconstruiram os registros civis baseado no "relato dos cidadoes locais". Ou seja, se depois da guerra ninguem disse que em 1871 o fulano de tal tinha nascido ali, ja eras...perdido no tempo...

Assim começou a explicaçao da senhora da comune. Apos verificar no livro, foi tiro e queda. Nem sinal de um tal Pietro Bortolomiol. Mas ainda tinha a esperança das igrejas.

Fui entao na igreja matriz e falei com o parroco. Ele entao me explicou que das 5 igrejas de valdobbiadene, 2 foram destruidas e todos os registros perdidos: a matriz e a de San Pietro de Barbozza. Perguntei entao: "os bortolomiol daqui, onde se concentram?" resposta: " no centro (matriz) e em San Pietro di Barbozza"...

Ae desiludi da vida e voltei pra Como... Ainda tinha esperança das outras 3 igrejas. Numa verifica posterior, olhei os registros das igrejas de Santo Stefano, Guia e San Vito. NADA, nem sequer um bortolomiol nasceu ali... parece q eles vieram mesmo todos do mesmo buraco...

Desta vez, tinha alugado um carro e junto com minha guria fizemos um "tour" pelas cidades vizinhas. Passamos por Vidor, Farra di Soligo, Miane, Pederoba, bla bla... nada... com exceçao de vidor, onde tinha muitos registros de Bortolomiol porem com todas igrejas destruidas, ehhe, nem sequer um bortolomiol encontrado..

Ma di dove era venuto questo tipo????

Uma outra sugestao dada pelo padre de San Pietro foi olhar o arquivo da Curia. Bom, as igrejas de Valdobbiadene nao pertencem a curia de treviso mas sim a curia de Padova( obvio, nada faz sentido por aqui mesmo...). Ali em padova, eles conservam a copia de TODOS os registros de casamento, nascimento e obito de TODAS igrejas da diocese. O porem, e ai vem sempre o tal porem: TUDO somente atè 1866, data da anexaçao do Veneto ao reino da Italia.

Mesmo sabendo que ali nao encontraria meu tatatataravo, fui no intuito de achar os seus pais: se ele nasceu ali, deveria achar o casamento do tal Giovanni Bortolomiol com a Maria Zilli ou atè mesmo um irmao mais velho nascido antes de 1866. Fuçei o que pude, nao achei nada....

A resposta è que nunca saberei se ele nasceu ali em Valdobbiadene. Essa cidade com milhares de metros quadrados de morros cobertos de parreirais de Prosecco (por sinal, uma das cantinas mais famosas è justamente a Bortolomiol) que me lembra muito a serra gaucha, està sendo minha incognita por anos... soh terei uma resposta final quando achar o Tal Pietro...certamente, em outro lugar bem longe dalì...




Tuesday, 17 August 2010

O Inicio da busca na Italia

Cheguei na Italia inicialmente para fazer meu mestrado. A ideia da cidadania era minha missao principal, estudo dava um jeito.

Com um pouco de pesquisa na internet, vi como os principais passos de como procurar os documentos de seu bisnonno na Italia. Como sabia que ele era do veneto, fui direto aos Arquivos Historicos provinciais ( em italiano Archivi di Stati).



Os arquivos provinciais, na regiao do veneto, conservam documentaçao de alistamento militar (Lista di Leva) da provincia, isto è, de todas as cidades pertencentes a provincia. No seculo XIX, no veneto o alistamento era feito quando o pià era recem nascido (Ja na Lombardia por exemplo, era quando o camarada fazia 17 anos). Este è o documento mais utilizado para descobrir a origem do seu ancestral. Procurando no ano do "mandamento", ou seja, com o ano de nascimento, se conseguir achar o registro do camarada, ali diz qual COMUNE ele nasceu e o nome dos pais. Ae è andar a comune, pedir a certidao de nascimento ou batismo numa das igrejas da cidade e correr pro abraço...

Tudo bonito, ae começam os problemas: O Veneto passou a fazer parte da Italia a partir de 1866, porèm aderiu ao modelo de registros somente a partir de setembro de 1871. Ou seja: se teu nonno nasceu antes disso, tem que procurar o camarada nas milhares de igrejas da regiao (calma, sempre tem uma maneira otimizada que ja explicarei).

As listas de Leva tambem vao no embalo da bagunça: cada arquivo provincial conserva documentos começando em epocas diversas. Treviso tem registros a partir de 1874. Vicenza a partir de 1848, Verona a partir de 1862. Se o camarada era de Belluno, ae soh a partir de 1900 e poucos. Verifique neste link o acervo de cada arquivo provincial Aqui.

Alguns arquivos provinciais estao trabalhando na digitalizaçao destes documentos. Ali se pode fazer uma pesquisa por nome/sobrenome rapidinho via internet. Citarei o de Padova e Treviso. Faz um google ae para achar o link. Ja outros como Vicenza e Verona, tem q olhar os livros mesmo. E sao grandes, contem o nome e dados todos os bebes machos nascidos na provincia naquele ano (em teoria).


Bom, falando sobre o meu caso: dirigi-mi ao arquivo de treviso. La chegando um certo senhor Zanchetta me disse q o tal sobrenome Bortolomiol era tipico de uma comune no norte de Treviso. Uma comune chamado Valdobbiadene (haverà um post futuro sobre esse lugar). Fui ali e nao obtive sucesso. Continuei a procurar nos arquivos de Vicenza, Belluno, Padova, Venezia e Verona. NAAAADA. Nem rastro do camarada, nem de possiveis irmaos...

Tudo isto me levou a uma teoria que depois me foi confirmada: nem todos os pais inscreviam os filhos nas listas de leva. Ou seja, como sou sortudo, meu tatatata--ravo nao o fez. Entao me restaria 2 opçoes: olhar igreja por igreja ou comune por comune. Os proximos posts falarao sobre essas 2 opçoes, que por sinal, eu fiz...

a più tardi