Tuesday 4 August 2020

Imigrantes da "esquecida" colônia do Barão do Triunfo - Os Alemães e Austríacos



A colônia do Barão do Triunfo foi criada como uma colona mista. Tinha realmente de tudo, de Alemães, Espanhóis, Franceses, Suecos, Italianos, Austriacos, Polacos e Russos.

Porém o povo das terras Germânicas faziam a grande maioria. E dessa maioria, a maioria eram Pomeranos.

Fiz a transcrição dos Alemães / Austríacos usando o primeiro livro de nascimento e casamento da Colonia, livro do registro de imigrantes de 1894 / 1900, e o livro de registros luteranos. Como de praxe a grafia em cada registro não era uniforme, fiz correções onde foi possível e escrevi literalmente onde não tinha como.

Com relação aos prenomes, quando os colonos eram listados como Alemães foi usado os pronomes "germanizados" (Germano -> Herrmann , Guilherme -> Wilhelm, Frederico -> Friedrich). Já os registrados como nascidos no Brasil com a grafia do registro.

Outro ponto a notar é a presença de vários sobrenomes de origem polaca. Os registros porém constavam a familia como "da Alemanha" e esse foi o critério usado para a classificação.

No total, foram coletados 280 sobrenomes distintos, de 265 familias encontradas, seja o sobrenome do marido ou da esposa quando notado:

Adam, Albrecht, Altmann, Antte, Arndt, Arnold, August, Bahr, Bahütt, Basler, Baulange, Bayer, Bechin, Becker, Benke, Berge, Berghahn, Berghaus, Berke, Bernstein, Bischoff, Bitner, Bochardt, Bohr, Braun, Brozinski, Buarletz, Buchweitz, Burg, Chisnatt, Christmann, Collor, Commarotte, Datschke, Delgel, Dernz, Desenz, Dettmar, Dornsberg, Dorsbach, Drehlack, Dufke, Dunske, Dupke, Dust, Eckert, Ellwanger, Erwin, Feix, Feltham, Fiedler, Fischer, Flug, Fohaut, Fohje, Fortmann, Franz, Friedrich, Fuchs, Föhr, Fülber, Gall, Galler, Gampe, Garbe, Gartner, Gass, Geschwenter, Glaubitz, Glazer, Gloschke, Gorcitzka, Gorspa, Grahl, Gribel, Groth, Grudzminski, Grzebinksi, Gunia, Gusche, Guse, Gusoki, Gutz, Gölling, Göthel, Götsch, Hackbarth, Hacke, Hage, Hagel, Hahn, Halama, Hamle, Hassion, Hauck, Heidrich, Heimburg, Heinze, Helwig, Hemke, Hepp, Hermundt, Herrmann, Hiller, Hilner, Hoglin, Holl, Holz, Hund, Hübner, Irber, Jacob, Jahnke, Janowski, Jass, Jens, Jinlau, Jorgth, Kaiser, Kaminski, Kelbitz, Klinger, Klingmann, Kluge, Kohlmann, Koller, Konradt, Kornlor, Krams, Krause, Krebs, Kreuz, Krohardt, Krolahr, Kroming, Krool, Krug, Kruger, Kruggel, Krulow, Kruppatz, Kuch, Kunkel, Kurzmann, Kuvinaski, Kölbertz, Köln, König, Kühn, Ladweisk, Ladwig, Lang, Laurenz, Leitz, Leppa, Letoch, Liebnau, Ludwig, Löwal, Lück, Lützow, Maas, Mandel, Maneske, Mannholf, Mauer, Meltzer, Meyer, Milke, Mirsch, Miske, Munzke, Möllerke, Mühlmeine, Müller, Nep, Neumann, Nitz, Oldenburg, Ott, Pehl, Peltz, Pirtowald, Pofer, Pooch, Prenz, Pribel, Propp, Radde, Radfelder, Raguse, Rascheiast, Reckhausen, Reinert, Reiske, Renhack, Rennhack, Reschausen, Richter, Ritter, Rohmann, Rold, Roloff, Ruck, Rusch, Ryff, Rödwig, Röhder, Sauer, Schaeffer, Scheil, Schiffner, Schilke, Schmaldt, Schmalz, Schmidt, Schmitt, Schmitz, Schmorzek, Schröder, Schultz, Schulz, Schuthaske, Schwalm, Schwieger, Schäffer, Schöne, Schütt, Sieber, Siehl, Simch, Sohier, Sohn, Sohäck, Solka, Sonnemann, Splitt, Stein, Steinberg, Steller, Stobbe, Strassburg, Stuckert, Stuzbächer, Szeli, Szikalski, Sänger, Tadaz, Tehsmann, Tesch, Thurmann, Traholke, Trapp, Treperti, Ulrich, Vandame, Verne, Vibuski, Vidulski, Visolski, Vogt, von Barsewisch, Wagner, Weinheimer, Wiltfeier, Witschinski, Wittemberg, Wituloki, Witzreak, Wollert, Wruck, Wudke, Wuikel, Wölke, Zaske, Zein, Zenke, Zichinsky, Ziert, Zähner

Aqui está o link para o Banco de Dados que coletei:

Banco de Dados de imigrantes da Colônia do Barão  

Imigrantes da "esquecida" colônia do Barão do Triunfo - Os Suecos

A imigração sueca é pouco conhecida no RS, muitos poucos colonos vieram da Escandinávia para os pampas. Eu pessoalmente não tenho origens sueca mas como morei em Stockholm por um tempo e falar Sueco, tenho a Suécia no coração

Me surpreendi ao coletar os dados da Colônia com o numero de imigrantes Suecos. Em total, no Barão do Triunfo haviam 42 famílias declaradas como Suecas, com 25 sobrenomes distintos:

Andersson, Asp, Beckmann, Bergmann, Bergqvist, Bjäslund, Brungelsson, Carlsson, Danielsson, Ekmann, Eriksson, Frang, Gunhild, Holm, Jansson, Johansson, Lindgren, Lindqvist, Nardin, Olsson, Ostlin, Petterson, Rydberg, Sjöström, Svensson, Trocksmann

Como em geral, os dados realmente escritos nos documentos estão em geral corrompidos do nome original, fiz o melhor que pude arrumando para a grafia original på Svenska. 

Aqui está o link para o Banco de Dados que coletei:

Banco de Dados de imigrantes da Colônia do Barão 

Wednesday 29 July 2020

Imigrantes da "esquecida" colônia do Barão do Triunfo - Os Italianos

Olá pessoal, há muitos anos que pesquiso sobre o Barão justamente pois minha mãe nascera ali e tenho uma longa linhagem naquelas bandas.

De algum tempo comecei a pesquisar principalmente minha linhagem italiana, postei aqui justamente sobre a "Società Fratellanza Italia", fundada em 1892 pelos imigrantes italianos recém chegados.

De lá pra cá passei muito tempo analisando registros de nascimento, casamento, óbito e da inspetoria de terras, para achar paradeiros das minhas familias, os Bortolamiol (Mioli), Bonato, Fantin e Codemo.


Quem tem origens no Barão com certeza já passou pela situação de ter de explicar onde fica. Sempre que falo "tenho vários bisnonni italianos", alguém me pergunta "Eu também, de onde na serra eles são?".  Aí digo que não são da serra, são do Barão e aquela cara de interrogação fica na cara da criatura...

Não tiro muito a razão, a colonia do Barão infelizmente nunca é mencionada na maioria da literatura. Poucos estudos foram feitos por ali, muita gente acha "a mas foram meia dúzia de gatos pingados que se instalaram ali". Originalmente conhecida como "Colonia de São Feliciano", foi fundada em 1888 mas recebeu os primeiros colonos só em 1889.

Comecei aos poucos a coletar os nomes para montar um banco de dados para provar o contrario. Nesta primeira fase, coletei todas as familias italianas que encontrei na colonia, analisando os livros de nascimento, casamento e óbito, alem dos valiosos registros da inspetorias de terra feitos provavelmente em 1894/1895 e 1900. Todos esses registros estão online gratuitamente para ser acessados no FamilySearch.

Vale lembrar que a colônia era mista. Apesar de eu ter nesta primeira etapa ter transcrito só os italianos, tem centenas de familias Alemãs e Espanholas ali, alem de dezenas de Polacos e Suecos e muitas familias de origem portuguesa já há muito tempo na região com raízes em São Jerônimo, Santo Amaro do Sul e Triunfo.

No arquivo aqui elencado, escrevi os nomes usando a norma italiana "Sobrenome  + Nomes", com o sobrenome aparecendo primeiro. Alem disso, corrigi a maioria dos erros de grafia dos sobrenomes para tracear ao mais perto do original, cruzando com dados de sobrenomes existentes na Italia.

Na maioria dos registros eu coloquei o link para o evento que aponta para o registro original do FamilySearch (se não tens uma conta ali para acessar, cria que é gratuíta).

Vários registros principalmente nos meados de 1896 constam as províncias de origens dos imigrantes, esses dados foram coletados também. Infelizmente a grande maioria constava somente "natural da Italia".

São mais de 120 familias italianas que se instalaram no Barão. Esta é a lista dos sobrenomes que coletei até hoje:

Altafini, Andreotti, Andretto, Balboni, Baldo, Barbieri, Barelli, Battistella, Benso, Bertollo, Boldrini, Bombardelli, Bonato, Bonette, Borgatti, Borselli, Bortolamiol, Bulgari, Buscaroli, Carletti, Centi, Chiarotti, Chisner, Codemo, Collovini, Conter, Dalben, Danelon, Donini, Fadine, Fallavena, Fassseni, Ferioli, Forli, Forlini, Franceschi, Frodezzi, Garavello, Ghisio, Giamegini, Giannecchini, Gilli, Giordano, Govoni, Guerra, Idazini, Lambertini, Lanzarini, Lattuada, Lombardi, Manghi, Mantico, Marauci, Marcon, Mason, Mazzoni, Menegotti, Michelotti, Migliorini, Minto, Moscardini, Munari,, Mutto, Opprezzo, Pagine, Papi, Pellegrino, Pirani, Pizzio, Ponti, Pozaro, Pretto, Raffaelli, Regonaschi, Rainere, Rottoli, Ruggere, Salatti, Scagliarini, Seccaspini, Semenzato, Sperotto, Spiazzi, Spolaore, Spotti, Straccioni, Tagliasacchi, Tassinari, Vaccari, Vanini, Ventura, Verdi, Zamparini

Aqui está o link para o Banco de Dados que coletei:

Banco de Dados de imigrantes da Colônia do Barão


Minhas outras raízes italianas - os Codemo

Buenas povo, faz anos que não posto nada mas esperei terminar minhas pesquisas pra postar sobre o resto das minhas raízes italianas. O Pietro já sabemos que era de Valdobbiadene e ponto final, mas tenho outros trisavôs italianos que tracei as origens sempre com muita ajuda: os Fantin, Codemo e Bonato

Os Codemo, a casa das 7 mulheres


Acho que os Codemo foi a primeira familia que consegui tracear a origem italiana. Quando descobri que o Marco Bonato era casado com a Giacomina Codemo, sendo ela filha de Antonio e Francesca, fuçei esse sobrenome nos livros e justamente achei na colonia de Garibaldi o registro ali do Antonio na Linha Garibaldi Velha em 1884. Pela idade e nacionalidade das filhas, eles devem ter chegado por ali por volta de 1877, pois a Ernesta nasceu em 25/12/1880 em Garibaldi e já tinha uma outra irmã Elvira nascida no Brasil:



  Dalí ao ver nas Pagine Bianche italiana, ja foi evidente que os Codemo existem praticamente em uma unica cidade:  Alano di Piave, provincia de Belluno no Veneto.

O Antonio Codemo nasceu por volta de 1828 em Alano, filho de Bortolo Codemo. Ele esposou a Francesca Cecotto por volta de 1860, tambem ali de Alano e teve varias filhas (e 1 filho que deve ter falecido ) ainda na Italia. Até agora não achei em que navio ele veio para o Brasil.



  Detalhe é o fato do Antonio ter 7 filhas: além da Giacomina, justamente dentre essas 7 filhas, varias acabam se relacionando com a minha familia, direta ou indiretamente:

  • a Giacomina Codemo, minha trisavó, casou se com o Marco Bonato
  • a Maria Codemo esposou-se com Giovanni Menegotti, que era compadre dos Bonato
  • a Liberata (Paola) Codemo casou se com o Pietro Fantin, irmão da Elisa Fantin
O resto das filhas devem ter tambem se casado pela serra e nao sei muito o paradeiro. Alias o unico casamento que achei foi justamente o da Liberata Paola com o Pietro Fantin em Sao Jeronimo em 1890.  Creio que a Giacomina e a Maria se casaram pela regiao de Garibaldi mesmo e por meados de 1889 desceram a serra para o Barao.

Na Hospedaria de Charqueadas nos registros de 1889, justamente aparece os Bonato, Codemo, Menegotti como "recem chegados" rumo a Colônia do Barão do Triunfo. (treta pura, ja estavam no RS ha 5 anos no minimo).

Ali no Barão o Antonio foi um dos sócios fundadores da Società Frattellanza Italia em 1892. Já nos dados dos Lotes da Colonia feitos provavelemente entre 1894 e 1895, a Francesca Ceccoto consta ali no seu lote como Viuva, morando com a unica filha ainda jovem, a Ernestina:



Em 2017 fui para Alano visitar o paese com a minha mãe. Nao por coincidencia o prefeito era um Codemo, nome de ruas com Codemo, tudo ali parece ter Codemo no meio... mas um lugar muito bonito, no alto dos morros, bem pertinho de Valdobbiadene tambem.

Tuesday 14 July 2020

Minhas outras raízes italianas - os Bonato

Buenas povo, faz anos que não posto nada mas esperei terminar minhas pesquisas pra postar sobre o resto das minhas raízes italianas. O Pietro já sabemos que era de Valdobbiadene e ponto final, mas tenho outros trisavôs italianos que tracei as origens sempre com muita ajuda: os Fantin, Codemo e Bonato

Os Bonato, compadre dos Mioli 


A história dos Bonato foi o ultimo quebra cabeça a desvendar suas origens para mim. Foi trabalho de anos procurando de onde veio esse povo. Sabia de criança pela minha mãe que foi criada de pequena junto com a Nonna Bonato, a Maria Bonato esposa do João Mioli. Então fuçando ali no Barão descobri que era filha de Marco Bonato e de Giacomina Codemo. Já o Marco Bonato era filho de Gio Maria e Maria.

 Lá nas minhas pesquisas lendo todas as listas de navios do RJ muitos anos atrás, identifiquei a chegada dos Bonato em 1884. Eles vieram no Vapor Cenisio que saiu de Genova e chegou no Rio em 29/12/1884:



Na Hospedaria de imigrantes da Ilha das Flores no Rio, eles saíram dia 5 de Janeiro de 1885 rumo ao sul:

Nota-se os outros "Bonato" que vieram junto no mesmo navio. Junto com o Gio Maria (Giovanni Maria) veio outra 2 familias de Bonato: a de Luigi Bonato cc. Margherita Pilatti, e a de Giacomo Bonato cc. Angela Pernechele.  Isso é um parêntese para depois....

De 1884 a 1889 não tenho ideia nem rastro desse Gio Maria Bonato e meu trisavô Marco e seu irmão Antonio. Simplesmente nunca achei nenhum registro católico ou civil mencionando eles em nenhum lugar, nem depois de 1889.  O Marco Bonato só aparece no jogo em 1889 na lista de imigrantes da Hospedaria de Charqueadas como um "imigrante recém chegado de Mantova???" rumo a recém criada do Barão do Triunfo. Dos pais e do irmão Antônio, até hoje não sei o paradeiro...

O fato é que o Marco chegou chegou no Barão já casado com a Giacomina Codemo. A familia Codemo, como veremos no proximo blog, já estava estabelecida na serra pelo menos em 1884. Alem disso, outro camarada que chegou no mesmo navio do Marco, o Giovanni Battista Meneghetti cc. Paola Codemo, irmã da Giacomina,  entrara na colônia junto com o Marco.... Alem disso, nesse mesmo ano outra irmã a Maria Luigia Codemo se casava com o Pietro Fantin, irmão da Elisa Fantin... ou seja, tudo amarrado...  O mais provável é que esses Bonato estavam sim pela serra por alguns anos, o Marco deve ter se casado com a Giacomina lá mesmo e depois debandaram via de lá.

Buenas, o Marco se estabeleceu ali pela linha Dona Amalia sendo vizinho do tal Pietro. Teve varios filhos por alí:  minha bisa Maria (1890), Joao (1892), Marco (1894), Fioravante (1897), Ricino (1899) Antonia (?) e  Elvira (1907). Possivelmente teve outros mas falta livros no Barão para provar.

Em 1915 o Marco fica viúvo, a minha trisa Giacomina falece aos 48 anos de idade... mas não perde tempo, o galo véio se casa de novo 1 ano depois com Maria Boeira em 1916... mas 4 anos depois ele falecia também em 1920 com supostamente 61 anos:


Mas de onde vieram os Bonato?  Minha mãe sempre me disse que a Nonna dizia que eles eram de Vicenza e tal... como de praxe, nunca diziam a Comune mas só a província... daí a treta:  Bonato existe por tudo, se chutar uma arvore em Vicenza é capaz de cair 10 Bonatos... Além disso, o sobrenome da mãe do Marco nunca foi citado em nenhum documento.. isso não ajudava em filtrar nada, só sabia Bonato e um provável ano de nascimento do Marco por 1860/1861.

Esse ano ainda pesquisei justamente os outros Bonato que vieram junto no mesmo navio. Com os arquivos de Bassano del Grappa recentemente online e parcialmente digitalizados, foi possivel verificar alguns dados. Pois ali descobri que tanto o Luigi Bonato como o Giacomo Bonato eram de Conco, no altopiano Vicentino. Isso já levantou a probabilidade do Gio Maria e filho Marco ser da mesma cidade.

Pois com a ajuda do grupo de genealogia do FB, com imensa gratidão ao Cleides, ele achou nos seus arquivos justamente um registro militar de Marco Bonato, filho de Gio Maria Bonato e Maria Frello, nascido justamente come esperado em Conco em 08/05/1860


Então enigma resolvido, os Bonato meu são de Conco, um vilarejo no alto das montanhas de Vicenza, um dia vou lá e posto umas fotos, parece muito bacana.. Além disso nesse registro consta dados do Marco: era alto 1,75m , era loiro de olhos acinzentados... não a toa o galo véio devia ser boa pinta pra ter casado novamente aos 56 anos :-)







Friday 10 July 2020

Minhas outras raízes italianas - os Fantin

Buenas povo, faz anos que não posto nada mas esperei terminar minhas pesquisas pra postar sobre o resto das minhas raízes italianas. O Pietro já sabemos que era de Valdobbiadene e ponto final, mas tenho outros trisavôs italianos que tracei as origens sempre com muita ajuda: os Fantin, Codemo e Bonato

A Esposa do Pietro, Elisabetta Fantin


A Elisabetta Fantin, detta "Elisa", nasceu em Carmignano di Brenta , em província de Padova, em 14/03/1868. Ela era filha de Eliseo Fantin, que vendia "canha" lá pela região ( claro nao cachaça, na verdade Licores e Grappa) e de Anna Cola.  A Elisa também tinha um irmão mais velho, o Pietro Fantin, que veio para o Brasil nos meados de 1880. Este Pietro veio trabalhar nas minas de carvão de São Jerônimo e logo logo virou comerciante. Teve vários filhos alí pela região.

A Elisa ficou órfão cedo, pois o pai dela faleceu em 1871. Tenho suspeitas que a mãe Anna casou-se novamente com Sante Marcon, pois em 1888 a Elisa, a mãe Anna e o tal Sante emigraram juntos no mesmo navio Cheribon.  Com o irmão Pietro já alí por São Jerônimo, foram direto para encontrá-lo como se ve no registro da hospedaria de imigrantes de 1888:


Um ano depois de sua chegada, a Elisa já se arranjou em casamento. Em 29/12/1889 ela casou-se com Giuseppe Ciola, um trentino de Levico Terme.  O Giuseppe era mineiro, devia ser um compadre do irmao da Elisa dos tempos das minas, esse o registro de casamento muito detalhado constando origens de todo mundo:




Epa pera í, mas ela não era a esposa do Pietro?  Acontece que por vias sinistras, esse tal Giuseppe foi morto a tiros em 1891. Lí isso na Habilitação de Casamento do Pietro com a Elisa, dose né? Porém neste mesmo ano em 10/2/1891 a Elisa teve um filho com ele, o José Ciola. Ou seja ela ficou viúva com um bebê na mão...

Dalí como ela conheceu o Pietro, não se sabe, só se sabe que meu bisavô João Mioli nascera em 1894... então acho que logo depois de ficar viúva ela deve ter conhecido o Pietro e se encantou com o papo dele...

Tiveram 7 filhos juntos e o figliastro José Ciola foi criado junto como filho igual, o irmão mais velho.. para isso tem que tirar o chapéu... só se casaram no civil em 1905, nunca entendi o porquê...

Já nos papos de "causos de familia", escutei a estória de uma tia-avó minha me contou que quando eles tinha 5 filhos pequenos (então ali por 1910 mais ou menos ), o Pietro ganhou uma grana e sumiu... dizem que ele queria voltar para a Italia e abandonou a familia ali na cara dura... A Elisa tinha então prometido se matar e os filhos juntos se ele não voltasse até o fim do mes.. e diz o causo que ele voltou com o rabo no meio das pernas tipo 2 dias antes da promessa, por coincidência pois não conseguiu embarcar pois não tinha passaporte...  Não sei o quanto é verdadeiro, mas vale a pena relatar o causo ( que treta!!!)

A Elisa faleceu em 17/11/1944, com 76 anos de idade, ainda junto com o seu marido Pietro, que conviveram por 50 anos enfrentando varias barras mas perseverando:




Eis a foto da familia Mioli (não é Mioli pô, é Bortolamiol...), com a Elisa sentada no canto direito da foto (provavelmente de meados de 1925)

Em 2017 fomos passear em Carmignado di Brenta para conhecer o lugarejo, visitamos a igreja e a pia batismal onde a Elisabetta foi batizada a quase 150 anos atras: